MÚSCULO VASTO MEDIAL OBLIQUO

 ANOTAÇÕES BASEADAS NA LEITURA DE                                                                                                                   “KINETIC CONTROL– The Management of uncontrolled movement”                                                                                       DE MARK COMERFORD E SARAH MOTTRAM

 

O músculo Vasto Medial Obliquo é citado algumas vezes nesse livro. Fui pesquisar a respeito dessa nova designação anatômica.

Alguns autores consideram que o músculo vasto medial se divide em duas partes, uma proximal, e uma distal. A proximal seria o Vasto medial longitudinal e a distal o Vasto medial oblíquo (VMO), cujas fibras, obviamente mais oblíquas, se inserem no bordo medial da patela. Mas, outros autores, segundo o site Physiopedia, não o reconhecem como músculo independente. Seria apenas parte do músculo vasto medial.

Em um resumo em inglês de um artigo originalmente publicado em alemão em 1984 que encontrei on line (1), o autor investiga o Vasto medial oblíquo e declara que obliquidade de suas fibras em relação ao fêmur é de 46 a 52 graus. Ele apresenta alto nível de atividade na extensão terminal do joelho, mas Lieb e Perry (2) demonstram que não tem potencial biomecânico para os 30º finais de  extensão da articulação. Esse recrutamento seria necessário à manutenção da posição da patela nesses últimos graus de movimento, assim, Comeford e Mottram se referem a ele como um músculo estabilizador local.

Por ser associado à manutenção da centralização desse osso quando da extensão completa do joelho, sua insuficiência é associada à instabilidade patelar. Um estudo de 2014 (3) pretendeu investigar parâmetros morfológicos do VMO que confirmam sua importância na manutenção da estabilidade articular patelo-femoral.  Foi analisado um grupo de oitenta e dois pacientes no qual se incluiu um grupo com luxação aguda, outro com luxação recorrente e outro controle.  Utilizaram-se imagens de ressonância magnética para a análise de: área de corte transversal, angulação das fibras musculares, comprimento craniocaudal. Não se determinou nenhuma diferença significativa em relação a esses parâmetros entre os três grupos. Esse achado parece sugerir que não há certeza do papel do VMO na fisiopatologia da articulação femoropatelar instável.

Conclusão: esse músculo é citado em inúmeros trabalhos que pesquisam se ele existe como nova unidade anatômica e qual seria sua função, mas não encontrei nada conclusivo sobre ambos os aspectos pesquisados. . Como há muita coisa disponível para se estudar, talvez exista algum trabalho mais definitivo. Se alguém descobrir, por favor me informe.

Referencias:

  1. Scharf W. , Wien Klin Wochenschr Suppl.1984;148:1-20.  [Anatomical and mechanical studies of the extensor system of the knee joint].[Article in German]
  2. Lieb, F., Perry, J., 1968. Quadriceps function – an anatomical and mechanical study using amputated limbs. Journal of Bone and Joint Surgery 50A (8),1535–1548. Lieber, R.L., 2009.
  3.  Vastus medialis obliquus muscle morphology in primary and recurrent lateral patellar instability. Biomed Res Int.2014;2014:326586. doi: 10.1155/2014/326586. Balcarek P1Oberthür S1Frosch S1Schüttrumpf JP1Stürmer KM

 

 

 

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