RIGIDEZ MUSCULAR CLÍNICA E RIGIDEZ  MUSCULAR  BIOMECÂNICA

                                                                                                                                  ANOTAÇÕES BASEADAS NA LEITURA DE                                                                                          “KINETIC CONTROL– The Management of uncontrolled movement”                                                                                                                            DE MARK COMERFORD E SARAH MOTTRAM

Em vários momentos na leitura desse e outros textos atuais sobre fisiologia muscular encontra-se o termo “ rigidez muscular”.

Clinicamente rigidez refere-se à perda de mobilidade ou função e tem um significado negativo (1).

Biomecanicamente rigidez muscular descreve um processo de desenvolvimento de força e suporte em torno de uma articulação. Uma forma simples e apropriada de descrever rigidez biomecânica é: aumento de tensão passiva ou ativa, capaz de resistir à força de deslocamento.

Rigidez muscular seria, portanto a relação entre mudança de força e mudança de comprimento. Quanto maior o aumento de força e menor o aumento de comprimento, maior a rigidez.

A rigidez biomecânica consiste de dois componentes intrínsecos: rigidez muscular intrínseca e rigidez muscular mediada por reflexo (2).

  1. Rigidez muscular intrínseca depende das propriedades de viscoelasticidade muscular e das pontes existentes entre actina e miosina. Isso pode ser afetado pelo treino de hipetrofia ou força. Hipertrofia que aumenta tamanho do músculo, fibras em paralelo, e quantidade de conjuntivo, aumenta a rigidez muscular que por sua vez aumenta a resistência a deslocamentos. Esse mecanismo, no entanto, é extremamente passivo e não possibilita respostas dinâmicas a desafios de movimento.
  2. Rigidez muscular mediada por reflexo é determinada pela excitabilidade dos motos neurônios alfa que dependem dos comandos reflexos descendentes que por sua vez são facilitados por estímulos emitidos pelos  fusos musculares.  Trata-se de um mecanismo dinâmico que possibilita ativação automática muscular para possibilitar respostas dinâmicas a deslocamentos posturais. Por exemplo, na posição sentada ou em pé, quando se desloca o tronco para frente, músculos locais (os transversos espinhais profundos, em especial os mono articulares) são ativados para a manutenção da rigidez mecânica da coluna o que possibilita o controle de movimentos inter segmentares.

Em seu livro sobre estabilização lombopélvica  Hodges exemplifica: estabilidade postural  da perna pode ser controlada pela rigidez de músculos do tornozelo, estabilidade postural do tronco pela rigidez de músculos da coluna (3).

REFERENCIAS:

(1).Comerford, M., Mottram, S.,Kinetic Control Australia: Elsevier ed, 2012 – pg 34

(2). Johansson, H., Sjolander, P., Sojka, P.,1991. Receptors in the knee joint ligaments and their role in the  biomechanics of the joint. Critical Reviews in Biomedical Engineering 18 (5), 341–368.

(3)Hodges, P.W., Richardson, C., Hides, J. Fisioterapia para estabilização lombopélvica 2.ed. São Paulo: Phorte editora, 2011 –  pg. 41

 

 

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